Aí vai um mini conto. Ou quase isso...
::O complexo de eu
Você já se sentiu sobrando, um estorvo, aquele que está num lugar porque ele e ninguém além dele quer que ele esteja ali? Pois é exatamente como tenho me sentido com freqüência nos últimos dias.
Pode ser pura paranóia minha, mas parece que não tenho agradado as massas como até há pouco tempo. Até aonde sei o discurso permanece o mesmo e o comportamento idem. Bem, o mesmo às vezes enjoa, portanto podem estar sentindo falta de variações. Mas nunca tive talento pra colocar uma calça larga de bolinhas e um nariz de palhaço pra despertar a alegria coletiva. Nunca me esforcei muito para agradar. Meus amigos costumam gostar de mim, pura e simplesmente eu, sem máscara alguma. Se sou chato, sem graça, impertinente, não sei, nunca me disseram. Talvez porque costumo saber mais ou menos a hora de fechar o guarda-sol e sair da praia.
Só que o calor tem sido insuportável nesses últimos dias e, depois de uma longa estação de frio, parece que perdi um pouco a noção das coisas e resolvi tostar na areia. Me dei mal. Os olhares têm se entortado cada vez mais e a sensação de “era melhor eu não saído de casa hoje” é tão recorrente que me assusta.
O que fazer? Ir em frente, sem medo de ser feliz. As mudanças só são bem-vindas quando você sente necessidade de mudar. Enquanto essa vontade parte apenas de opiniões semi-expressas de outras pessoas nada muda, mesmo que você queira. Espero que as vozes não se calem por muito tempo. Ou que minha paranóia não demore a acabar.
24.10.02
Publicada por fitomaia. à(s) 02:42
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