18.11.02

::Atestado de leve perda de controle

Será que alguém ousaria
me dizer bom dia
às seis horas da tarde
no meio da multidão?

Será que alguém acharia
que sou a Virgem Maria
se dissesse que sou virgem
mas engravidei um batalhão?

Será que a chuva cairia
de baixo pra cima
se houvesse como voltar o tempo
através de um botão?

Aí então não cairia, subiria,
ou descairia,
ou cairia pra cima,
ou correria pra longe do chão?

Será que pirei na batatinha
cortada em rodelinhas
ou seria uma batata
do tamanho de um melão?

Crua, cozida ou frita,
com óleo ou com birita
do Bob’s ou do McDonalds
doce, baroa ou barão?

Será que isso é um poema
ou a porra de um dilema
de um lunático, babacático
totalmente sem solução?

Ou seria uma carta estranha
da Rainha Louca de Espanha
exigindo participação
no arquivo confidencial do Faustão?

Não, acho que é um bilhete
do ET de Varginha
com mensagens subliminares
para o Bush e o Sadam Husseim

Ou seria um declaração
de que o poeta em questão,
Rafael de Souza Maia,
não está nada bem?